2.1.09

Sobre telhados



-Minha mãe.
Eu estava no telhado da casa de três andares da esquina, uns dez metros de altura do chão e minha mãe de avental e com uma cara muito feira.
-Edinho, caralho! Que que a gente faz?
-Cala boca e abaixa.
Ela já tinha me pego na varanda da dona Sônia, subindo na torre de celular da rua de cima e dentro da casa abandonada da rua de trás, mas nada ia ser tão ruim como naquele telhado. E de chinelo. Não sei porque mas o chinelo ia ser a parte que ela ia implicar. "Imagina se você escorrega, cai e morre. Magina se você pisa num prego. Magina se...". Eu nunca sofri tantos acidentes e tragédias como na mente da minha mãe.
-Ele foi no Macdonalds. 
O Fe sempre tinha uma desculpa boa.
-Com que dinheiro?
Minha mãe sempre tinha uma pergunta que fodia ele.
-Eu emprestei pra ele.
-E se eu não quiser dar dinheiro pra ele te pagar depois? Como vai ficar? E quem deixou você ficar dando dinheiro pro meu filho assim? E o jantar que eu to fazendo?
-Ahn...Desculpa tia.
-Quando ele voltar manda ele ir pra casa.
E eu vi minha mãe virando a esquina. O pessoa da rua ia me xingar como nunca depois daquela mas tudo bem... Afinal, só eu e o Preto que conseguiamos subir nos telhados pra pegar a bola, quem sabe dessa vez eu tivesse um desconto. Eu sempre pensava nisso mas nunca adiantava muito. Eles sempre pegavam no meu pé. Agora só faltava descobrir aonde diabos a bola tinha caido dessa vez.
-Ou! Vocês dois ai em cima o que tão fazendo ai?
A polícia. 
Aquelas iam ser umas férias e tanto.

Um comentário:

  1. Quando eu li isso pensei: só o Eddie quer ser nostálgico assim!
    Conseguiu me superar, e olha que sou de câncer.
    lembra, né? haha
    ;)
    um beijo e boa viagem!
    Ni

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