29.12.08





"I wonder that thou, being, as thou sayst thou art, born
under Saturn, goest about to apply a moral medicine to

mortifying mischief. I cannot hide what I am. I must be sad
when I have cause and smile at no man's jests, eat when I
have stomach and wait for no man's leisure, sleep when I am
drowsy and tend on no man's business, laugh when I am

merry and claw no man in his humor"
(Don John, Act 1, scene iiii, "Much ado about nothin")


Eu nunca havia entendido muito bem o significado dessa frase até chegar aqui. São duas horas da manhã e eu acabei de voltar do Tesco. Eu estava com fome e resolvi sair para comprar algo de comer. Pringles. Um dia eu vou entender porque as de sabor original estão sempre nas prateleiras mais altas. No caminho pro caixa vi uma das funcionárias do turno da noite. A loira. Faz dias que eu encontro com ela. Sempre entre uma e quatro da manhã. Ela de uniforme azul marinho e eu com meu sobretudo e bermudas. Ela ouvindo o seu I-pod e eu com fome. Paguei a caixa com algumas das várias moedas que guardo em uma prateleira de casa. Voltei com minha sacola e comi enquanto fumava um cigarro na janela. Cinco batatas e a fome passou.
Assim é minha vida desde que cheguei aqui. Quando tenho fome, como, quando quero sair, saio, se quero ficar em casa vendo filmes, vejo-os até não poder mais, até me dar sono e querer ir dormir. Independência, liberdade, solidão, chame do que quiser, mas por hora, ficarei no computador até me dar sono e ser hora de dormir. Agora paro de escrever porque, bem... Porque já não tenho mais vontade.


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