15.7.09

Dr. Júpiter e os Piratas Espaciais

-Júpiter!
Detrás de sua bancada de ferramentas, o doutor olhou para a enferrujada porta de seu laboratório e reconheceu Zoltron, aquele que muitos conheciam como o vingador espacial, em seu traje vermelho de piloto da XI Frota Intergalática.
-Eu perdi a arma.

Júpiter já tinha uma certa idade, Embora nunca a revelasse pra ninguém seus cabelos e bigode brancos junto com um rosto marcado pelas linhas da idade não podia disfarçar as muitas decadas que aqueles ainda brilhantes olhos azuis haviam testemunhado. Seu laboratório também era umas das provas que denunciavam a avançada idade do doutor com suas diversas invenções, peças e outros objetos irreconheciveis, alguns com cobertura de poeira, mas todos dando o mesmo ar de museu ao local.
-Como assim? O quê aconteceu?
-Os piratas. Eles derrubaram minha nave, mas eu consegui escapar. O problema é que eu não consegui achar a arma de novo. Eu preciso que você faça outra pra mim.
-Entendo...
Debaixo Dr. Júpiter apontou uma arma de feixes zeta para o piloto. Muitas das armas usadas pelos diferentes povos do universo nem sequer aparentam ser armas mas uma arma de feixes zeta se destaca pela sua aparência ameaçadora, pelo seu constante zunido e pela fumaça vermelha que sai de seus cinco canos.
-Zoltron nunca me chamou pelo nome desde quando eu conheci ele, se você é o verdadeiro vingador espacial vai saber meu apelido.
-É... Jú.. Jú...
Arremessado pela força do disparo Júpiter caiu de costas em dos vários armários do canto de seu laboratório. Ainda com os ouvidos zunindo e sem conseguir enxergar nada devido à densa fumaça vermelha que encobriu seu laboratório após o tiro.
-O verdadeiro Zoltron sempre me chamou apenas de Doc.
Conforme a fumaça se dissipava, Júpiter conseguia ver os traços do falso Zoltron, na verdade, só da metade dele já que a outro metade encontravasse em pedaços na parede do laboratório mas, o que realmente surpreendeu o doutor não foi o fato de ter explodido metade daquele que fingia ser Zoltron (Ninguém dispara uma arma de raios Zeta contra ninguém sem saber o tamanho do buraco e do estrago que ocasionará) mas sim por ele ainda estar de pé e com o que sobrou da sua boca e de seus dentes dizer:
-Se...Ve..Lho....- Do buraco que foi feito no corpo de zoltron começaram a surgir novos membros grotescos. Da metade da boca que faltava surgiu uma mandibula de lagarto, do buraco do peito um gigante olho surgia e onde deveria estar o braço, um gigante tentaculo com uma garra na ponta apareceu. Com uma nova boca formada, o bizarro ser finalmente conseguiu terminar sua frase. - Seu velho idiota.
Uma gota de suor escorreu pelo rosto de Júpiter. A o corpo do monstro gigante criava uma sombra que escurecia todo laboratório. O primeiro tentaculo havia se dividido em sete e o olho no peito do falso Zoltron já estava maior que o doutor. Quando toda esperança já havia esgotado, Júpiter olhou pela sua janela e correu para baixo de sua bancada reforçada de aço.
-Você acha que pode se proteger ai?
Antes que um dos agora quatorze tentaculos encostassem no velho uma moto espacial atravessou a janela e atingiu o monstro no meio de seu enorme olho derrubando-o no chão do laboratório. Antes mesmo que a criatura pudesse se defender, um jovem piloto vestindo vermelho saiu de dentro do cockpit da moto e começou a atirar contra o monstro enquanto corria para fora do laboratório. Tomado pela fúria, o falso vingador espacial tentava se levantar quando começou a ouvir um suave apito. Logo após o apito se seguiu uma explosão, essa, gerada pelo dispostivo de auto-destruição ativada pelo piloto de uniforme vermelho. Debaixo de sua bancada Dr. Júpiter saiu as poucos limpando o monte das entranhas da criatura que inundou o laboratório quando a porta de seu laboratório abriu e um típico piloto da XI Frota Intergalática com seu uniforme vermelho surigu com sua arma na mão e capacete na outra.
-Doc, eu perdi a arma!
-Sempre bom te ver, Zoltron. - Disse o doutor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário