23.12.07

O bolo.

Eu não lembro do momento eu perdi o controle, só lembro dos braços me arrastando pra fora da casa direto para o meio da rua escura e molhada.
Chovia muito e eu não conseguia entender direito o que gritavam pra mim, mas girava em torno de: "nunca mais volta aqui", "seu merda", e claro, o favorito de todos, "é um babaca".
Ah, não pera.
Foi no soco. O soco foi o momento em que eu perdi o controle, mas por que diabos eu bati nele?
Alguém ameça me processar. Eu to molhando, longe de casa, sem carona, provalvemente sem namorada, e sim, ameaçam me processar. Caro, eu ja estou sendo punido pela ira divina o suficiente. Grato pela atenção.
Sim. O maldito sorrisinho. O maldito sorrisinho depois do parabéns. Era tudo culpa dele. Tava tudo correndo, bem, até o ex dela chegar. Ok, a família gosta mais dele, mas eu to bem, eu nao me importo. Lições de auto confiança.
Tias, mãe, primos falando o quanto sentiam falta dele, que a família nunca seria completa sem ele. Mas ok, eu aguentei firme e forte. Até o Parabéns.
Eu acho que foi a prima gorda que puxou o "Com quem será" e claro, que cantaram com o nome dele. Eu até levei na esportiva, até ver ele esticar o braço no ombro dela e dar aquele...
Bem, concluindo, eu pulo na mesa, bato nele, pego a cabeça dele e esfrego contra o bolo, chuto um tio, xingo a prima de puta até me tirarem da casa.
E aqui estou voltando pra casa com a calça cheia de bolo, com frio, molhado e provalvemente a um passo de uma gripe e um processo.
Mas aquele sorrisinho...

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