12.2.08

Chove nos corações em chamas

Chovia muito.
Faziam quarenta minutos que ele andava debaixo do temporal mas finalmente encontrou ela.
Na porta da casa dela eles se olharam. Ela seca embaixo da varanda, ele molhado embaixo da chuva.
-Oi.
-Oi.
-Que chuva, hein?
Ele olhou pra ela com uma cara:
-Eu... (suspiro). Eu sei.
-Você vai aqui pra quê?
-Eu precisava falar com você.
-Fala.
Ele olhou pra ela. Limpou um pouco as gotas do rosto e falou:
-Você tem fogo? - Ele tirou um maço de cigarro molhado do bolso.
Ela riu.
-A chuva faz bem pra você. Tira sua cara de marrento.
-Eu não sou marrento.
-Não é, mas se finge.
-Você me conhece faz dois dias, como pode saber disso?
-Eu acho que você tá precisando de um abraço.
-Eu estou desesperado pelo seu abraço faz um tempo.
Ela se aproximou dele.
-Você falou sério? Eu tô todo molhado...
Ela sorriu, abraçou ele e sussuro em seu ouvido:
-Eu também.

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